A Importante correlação entre o processo de soldagem e a NR-13

A importante correlação entre o processo de soldagem e a NR-13

Como todos sabemos a NR-13 é uma norma de saúde e segurança, e não somente uma norma de inspeção. 

Para que possamos levar segurança aos equipamentos, a NR-13 determina que seja acompanhada, desde o projeto, fabricação e inspeções, a integridade do equipamento. Além disso, por certo um dos mais utilizados no processo de fabricação é a soldagem, e assim sendo, ela passa a ter forte correlação com a integridade do equipamento e consequentemente com a norma a NR-13.

Da mesma forma, ao longo da vida útil dos equipamentos é possível que seja necessária a realização de reparos e alterações, sendo que, para tais ações muito provavelmente será utilizado o processo de soldagem e será requerido um projeto de alteração e reparo. Este é outro ponto relevante e estabelece uma forte ligação entre a soldagem e a NR-13.

 Estabelecida, portanto, esta conexão entre a NR-13 e a necessidade de conhecimento e domínio do processo de soldagem, segue abaixo um conjunto de informações e sugestões para a boa condução do tema dentro do ambiente de trabalho.

Normas de Referência

  • ASME IX;
  • ASME VIII Div.1;
  • NBEC;
  • API 650;
  • B31.3;
  • B31.1;
  • Dentre outras.

NR-13  e o Desenvolvimento

A NR-13 possui requisitos referentes ao que diz respeito a controle documental bastante desenvolvido e engloba a necessidade da existência de prontuários, livro registro de segurança, relatório de inspeção, certificado de fabricação, dentre outros documentos.

A análise, portanto, adequada desses documentos ao se fazer a avaliação de integridade de um equipamento é muito importante e dentre os documentos citados, alguns deles terão conexão profunda com o processo de soldagem. Por exemplo, no prontuário existe a necessidade de disponibilizar os procedimentos de fabricação, e entre esses procedimentos estão os procedimentos de soldagem. Estes procedimentos de soldagem, como todos sabemos, devem ser qualificados, assim como os profissionais que fizeram a solda no equipamento, também devem ser certificados.

Procedimento de Soldagem

Os procedimentos de soldagem são baseados em normas de qualificação, tais como, ASME IX, e devem seguir todos os requisitos determinados por esta norma. Da mesma forma, ao se fazer um projeto de alteração ou reparo, conhecido como PAR, devem ser citados os procedimentos de solda que deverão ser usados, assim como, os soldadores que serão responsáveis pela execução da soldagem.

A existência da EPS ou Procedimento de Soldagem não encerra a análise a respeito de sua adequação. Os itens abaixo também devem ser verificados para que esta EPS seja de fato aceita dentro do prontuário ou dentro do PAR.

Os principais itens a serem verificados em uma EPS são: 

  • Metal de base de acordo com o metal do equipamento;
  • Espessura qualificada em comparação com a espessura do equipamento;
  • Posição de soldagem, tanto na EPS como dos soldadores, com relação às possíveis posições utilizadas na produção do equipamento;
  • Necessidade de tratamento térmico pós soldagem;
  • Processo utilizados e existência do certificado de consumíveis na databook do equipamento, 
  • Robustez da EPS em face a existência de RQPS de suporte e assinatura do profissional certificado (inspetor de solda nível 2). 

Um bom profissional de NR-13 também deve ter um entendimento de materiais de base e suas espessuras, tais como quando é requisitado pela norma o tratamento térmico pós soldagem.  Este processo está relacionado a essas duas variáveis, ao metal de base e suas espessuras. 

Muitas vezes o fabricante pode não perceber a necessidade específica de um tratamento térmico por conta das características especiais e espessura de um material de base. Além disso, um bom profissional de NR-13 deve ter o perfeito entendimento da importância de acompanhar a fabricação ou montagem de um equipamento, no qual esta montagem esteja enquadrada dentro da norma. 

Conclusão

A soldagem é caracterizada por ser um processo especial e por conta disso necessita conhecimento pleno e existência de documentação compatível com a responsabilidade do equipamento fabricado. A apresentação de documentos que não atendam a situação real de construção, assim como, tratamento térmico e teste hidrostático, apontam para o não domínio deste processo e o não domínio pode resultar em equipamentos construídos com falhas na qualidade. 

A colocação em marcha de equipamento com falha em sua construção, pode acarretar em acidentes inesperados ou na melhor das hipóteses na redução de sua vida útil e necessidade de reparo ao longo de seu uso. Contudo, recomenda-se o aprofundamento dos profissionais do setor industrial associados a esses assuntos no sentido de dar ao equipamento e a sua empresa cada vez mais confiabilidade.

Autor: Fernando Lescovar Neto

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