
A Cultura é Invisível, Até que os Resultados Mostram que Algo Está Errado
Por que algumas estratégias não saem do papel e assim não tem resultados, mesmo com planejamento e recursos? A resposta pode estar em algo que muitas vezes é invisível: a cultura organizacional.
Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como o olhar para a cultura pode fazer diferença na competitividade. Essa dúvida é compreensível, nem sempre conseguimos ver, de forma direta, a ligação entre cultura e os resultados concretos.
Mas aqui está o ponto: a cultura não é um detalhe, ela é um sistema vivo que molda comportamentos, fortalece ou enfraquece processos e impulsiona ou freia as entregas. A cultura de uma empresa não está no que é dito, mas no que é vivido diariamente.
Ela se manifesta nas pessoas, interações, nas rotinas, nas estruturas e, principalmente, nas escolhas. E mais do que um conceito abstrato, cultura é o pano de fundo onde tudo acontece, seja crescimento, conflito, inovação ou estagnação.
Um erro comum é tratar a cultura como algo secundário, quando, na verdade, ela é o fator que determina se as estratégias vão gerar impacto real ou não. Investir em cultura não é um luxo, é um diferencial competitivo.
A Metáfora dos Peixes
Em seu discurso “This is Water”, na Kenyon College (2005), David Foster Wallace começou com uma metá fora poderosa: Dois peixes jovens nadam juntos e encontram um peixe mais velho que os cumprimenta: “Bom dia, rapazes. Como está a água?”
Os dois seguem nadando, até que um olha para o outro e pergunta: “O que é água?”
Essa história simples nos lembra de que as coisas mais importantes e influentes muitas vezes são as mais difíceis de ver. A cultura organizacional é essa “água” invisível. Está por toda parte, mas quase nunca é percebida com clareza.
A Cultura Está Sempre Agindo – Com ou Sem Intenção
A cultura da sua empresa está sendo moldada todos os dias, mesmo que você não perceba. Ela nasce e se transforma nas decisões, nos pequenos gestos, nos reconhecimentos e nas estruturas.
Ela aparece em como a equipe lida com desafios, se comunica, resolve problemas, e especialmente no que é permitido, tolerado e valorizado. Por exemplo:
- Se um erro é visto como aprendizado, a inovação floresce.
- Se a reação for punição, o medo se instala e os problemas são escondidos. • Se os líderes falam sobre colaboração, mas incentivam a competição, prevalece a desconfiança.
O Impacto da Cultura é Concreto
Pense em três empresas:
- Na primeira, os líderes promovem autonomia, transparência e aprendizado. O ambiente é inovador, as pessoas colaboram e crescem.
- Na segunda, cada decisão precisa de aprovação. O medo de errar paralisa. O ambiente se torna rígido, burocrático e tóxico.
- Na terceira, o foco está no crescimento de mercado e alta performance. A cultura estimula velocidade, ousadia, senso de dono e capacidade de entrega, mas também sustenta valores éticos, cuidado com as pessoas e confiança nas relações.
Se uma empresa quer ser referência em inovação, sua cultura precisa incentivar autonomia, colaboração e segurança psicológica.
Se o foco é excelência operacional, a cultura precisa reforçar clareza de processos, disciplina e melhoria contínua.
Se o objetivo é crescer no mercado, a cultura deve impulsionar agilidade e protagonismo, sem perder de vista o respeito e o bem-estar coletivo.
A cultura precisa estar conectada ao propósito e aos objetivos estratégicos da organização. Quando isso acontece, tudo flui com mais potência e menos atrito.
Cultura: um compromisso constante
Na STAHL, acompanhamos essa jornada com seriedade. Desde o início de suas atividades, a empresa definiu com clareza uma intenção cultural, e o mais importante: vem mantendo uma gestão atenta e constante da sua cultura ao longo do tempo.
Com sensibilidade e escuta do que acontece no cotidiano, a STAHL trata a cultura como o que ela realmente é: um ser vivo que precisa de cuidado, alinhamento e coerência contínua entre discurso e prática.
Esse tipo de compromisso com a cultura organizacional transforma empresas em referências, não apenas para seus colaboradores, mas também para parceiros, fornecedores e clientes.
E na sua empresa, como está a água?
A cultura que vocês vivem hoje está ajudando ou atrapalhando os resultados que desejam alcançar?
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Por Roberto Scola: é autor do Livro: Núcleo Cultural: como liderar uma cultura de crescimento organizacional. Pó s doutor em Psicologia (UK). Dr. em Psicologia Social (UFRGS/UK). Mestre em Administraçã o de Empresas (UFRGS). Especialista em Gestã o Empresarial (FGV), Especialista em Psicologia Analı́tica (Ai nima), Didata em Dinâmica dos Grupo (SBDG), consultor de empresas e palestrante.